Distúrbios da fala e linguagem em adultos são geralmente problemas adquiridos, ou seja, decorrem de lesões provocadas por traumas, acidente vascular cerebral (AVC) ou por doenças degenerativas como o Alzheimer. Eles impõem às pessoas barreiras de comunicação que afetam o relacionamento interpessoal e praticamente todas as dimensões da vida. Há diferentes tipos de distúrbios, que podem ser transitórios ou permanentes e que variam de acordo com uma série de fatores, como a localização e a gravidade das lesões e o próprio perfil de cada paciente. Em qualquer situação, o tratamento fonoaudiológico entra como um importante aliado.
Entre os distúrbios mais comuns está a afasia, caracterizada pela perda da capacidade de compreensão e/ou expressão da linguagem. “O paciente afásico, por exemplo, pode deixar de falar ou de entender o que é dito, como se passasse a ouvir uma língua estrangeira desconhecida. “Às vezes, ele até compreende o que ouve, mas não é capaz de se expressar”, afirma Anna Flávia Baroni, fonoaudióloga do Einstein. Em outros casos, o indivíduo formula apenas frases telegráficas ou perde o domínio de parte do vocabulário. Ou, ainda, passa a usar uma mesma palavra para designar coisas diferentes sem se dar conta de que está repetindo o vocábulo (estereotipias). “O paciente, por exemplo, fala reiteradamente tantan, tantan, tantan… com entonações diversas. Ele acredita que está dizendo palavras diferentes e formulando frases que fazem sentido”, explica Daniela Sonnino, fonoaudióloga do Einstein. Segundo ela, essas alterações podem interferir também na capacidade de escrita.
Enquanto a afasia está mais relacionada com linguagem, outros distúrbios, como a disartria e a apraxia, estão mais ligados à fala. A disartria é um distúrbio motor, marcado pela incapacidade de articular as palavras de maneira correta. “O problema está relacionado às disfunções na articulação, fonação, respiração, ressonância e prosódia. O paciente apresenta características como voz mais tensa, baixa e pastosa ou nasalada”, detalha Patrícia Gregório, também fonoaudióloga do hospital. Já a apraxia é um distúrbio derivado de uma incapacidade na programação dos movimentos musculares. O paciente até formula mentalmente a palavra, mas ocorre uma falha no processo neurológico para vocalizá-la.
Tratamento
O tratamento fonoaudiológico dos distúrbios de fala e de linguagem exige uma abordagem individualizada. “É preciso levar em conta as especificidades de cada paciente, as características do seu distúrbio, suas habilidades e conhecimentos e suas limitações”, afirma Camila Menezes Nitatori, também fonoaudióloga do Einstein. Em geral, são realizados exercícios para trabalhar essas inabilidades, por meio de estímulos auditivos e visuais. O objetivo é recuperar as habilidades linguísticas e desenvolver outras formas de comunicação a fim de resgatar funções e de trabalhar a plasticidade neuronal, isto é, a capacidade do cérebro de estabelecer novos caminhos para as conexões (sinapses) entre os neurônios. Segundo as fonoaudiólogas, nesse processo terapêutico é fundamental o engajamento e apoio da família.
Quando a compreensão está preservada e a fala muito comprometida, como nas disartrias graves, alguns recursos podem complementar a terapia e ajudar a vencer as barreiras de comunicação impostas aos pacientes com esses distúrbios. Eles compõem os chamados sistemas de comunicação suplementar e/ou alternativa. O arsenal vai desde uma folha de papel e lápis (quando a pessoa não consegue falar, mas pode escrever), cartões de comunicação (com figuras que expressam palavras, situações ou sentimentos) e pranchas com palavras ou com o alfabeto a aparelhos eletrônicos mais sofisticados.
Entre as tecnologias mais avançadas estão dispositivos como os vocalizadores, que emitem vozes gravadas ou sintetizadas por meio do acionamento de teclas ou quando palavras são digitadas em um teclado. Há também softwares especiais de comunicação para serem usados em computadores ou tablets. E novos aparelhos que já estão disponíveis no mercado, como os mouses oculares, que permitem que o paciente se comunique por meio de um computador, acionando comandos visualmente.
Seja qual for a ferramenta ou terapia, o foco principal da intervenção fonoaudiológica é encontrar caminhos para garantir algo essencial ao ser humano e à sua qualidade de vida: a capacidade de se comunicar.
A Recimed Soluções em Saúde dispõe de uma equipe de Fonoaudiólogas especializadas em distúrbios de fala e linguagem, bem como em disfagia.
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Fonte: Hospital Albert Einstein